O que você vê?

“Todo homem possui, um cérebro e um coração que ele deve sondar para se compreender e assim melhor guiar sua conduta. Mas quando no processo de idealização não pode se ligar a um objeto maravilhoso exterior acaba por encontrar seu ponto de ancoragem num objeto interior: O corpo”. (Enriquez).Este recorre às técnicas de body-bullding: que tem por objetivo dar a cada qual um corpo flexível, esbelto, continuamente desejável. As medicinas naturais, as ginásticas suaves, a expressão corporal, o desenvolvimento do esporte de massa, os seminários de sobrevivência, têm todos por meta nos dizer do corpo real, como nosso bem mais precioso. “Estar bem consigo mesmo” “tornar-se saudável!”. E isso pode ser atraente porque esta ao alcance de qualquer um “basta querer”. O narcisismo total da ordem do dia-a-dia. Tal narcisismo é morte, pois vida, é a busca da verdade, confronto com o sofrimento, a interrogação do ser, processo de ligação com os outros e com Deus. Mas cada qual se mira em seu próprio espelho, que lhe devolve uma imagem idealizada de si mesmo que faltamente se perderá.
Não se cria uma cultura do corpo, mas se edifica novos cultos. É no momento em que o mundo se enaltece na eficácia, a paixão pela excelência, a qualidade total, a busca do “erro zero”, sinais de uma fantasia de um domínio total, de uma vontade infantil de onipotência. O mal estar que existe, de pessoas que não se sentem bem consigo mesmas continuam sem rumo ou submetidas a stress. Sou eu mesmo aquele que essa velha foto me devolve? No decorrer do tempo, não penso mais, não vivo mais, não creio mais como esse ser que leva meu nome. Quem sou eu?
Assim me vejo em uma sociedade da culpabilidade a uma civilização da vergonha. A luta no interior de si, da agressividade, da inveja que se desenvolvem no “universo da falta”. O individuo continua no caminhar da vergonha de não ter conseguido ir além de seus limites. Tal vergonha não toca o individuo em sua intimidade, mas toca em seu “ser social”, em sua aparência. Quanto mais se vive no mundo de fazer e da aparência, mais a civilização da vergonha se impõe.

A sociedade atual criou relações sociais suficientes para permitir aos homens evitarem a si mesmos e aos outros, e assim não se confrontarem com o problema crucial da existência. Ora a falta requer um interesse pelos vínculos que nos ligam a nós mesmos, aos outros, a Deus. Meu povo é destruído por falta de conhecimento (Os 4:6). O ser humano não se desvia da natureza por lhe faltar inteligência ou instinto, mas porque deseja a satisfação dos próprios desejos. Mas quer você se volte para a direita quer para a esquerda, uma voz lhe dirá: Este é o Caminho; Siga-o (Is 30:21).
A única paz verdadeira que se pode ter virá de um relacionamento com Deus por intermédio de seu filho Jesus Cristo, e pela ação do Espírito Santo em sua vida. Concentrar-se em Deus é a maneira maravilhosa e positiva de promover saúde mental. O antídoto perfeito para o excesso do “eu” é o louvor. Pois quem quiser amar a vida e viver dias felizes busque a paz com perseverança (1Pe 3:10-11). Pode-se escolher em ser feliz ou triste. Impressionante?! E o tempo todo achávamos que éramos vitimas... O que você escolhe? Olhe o espelho... A imagem reflete a que Deus escolheu?

Seja quem você foi criado para ser !-> 1Co 6.19,20.

“Desvia meus olhos das coisas inúteis: faze-me viver nos caminhos que traçaste” (Sl 119:37).

Por Mariana Amaral